Ribeira do Pombal/BA
Sexta, 09 de setembro de 2011 - 17h19min
Centrenor capacita agentes comunitários no cultivo do cajueiro
Encerra nesta sexta-feira (9), o curso de Formação em Cultivo do Cajueiro, oferecido pelo Centro de Formação de Agricultores do Território Semiárido Nordeste II (Centrenor), em Ribeira do Pombal, a Agentes Comunitários Rurais (ACRs) do Projeto Semeando Renda.
O curso, com duração de 3 dias, acontece na gerência de Ribeira do Pombal da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri).
Estão sendo capacitados 13 ACRs, com a missão de
tornarem-se multiplicadores do conhecimento em comunidades dos municípios de Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo, Cipó e Nova Soure. Instrutor do curso, o agrônomo da EBDA José Augusto Garcia explica sobre tecnologias da cajucultura como: zoneamento, escolha e limpeza da área de plantio, preparo do solo e das covas, espaçamento entre plantas, escolha entre variedades de cajueiro comum e anão precoce, técnicas de produção de mudas, substituição de copa de cajueiros improdutivos e tratos culturais do pomar.
O apoio da EBDA ao Projeto Semeando Renda inclui, além da realização de cursos de formação aos agentes comunitários, através do Centrenor, a prestação de assistência técnica nas comunidades rurais atendidas pelo projeto. O coordenador do Semeando Renda na região de Ribeira do Pombal, engenheiro agrônomo Denison Souza Monteiro, afirma que “é uma parceria que está sendo construída, mas já é muito importante porque qualifica os agentes, que não possuem formação técnica. Nesse curso, os agentes aprendem teoria e prática das tecnologias que vão reproduzir no campo”.
O Semeando Renda é um projeto de inclusão sócio-produtiva, iniciado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), em 2008, e executado pelo Instituto de Tecnologia, Educação e Gestão Organizacional (Integro), uma ONG que atua em vários municípios da Bahia. O projeto inclui a implantação de 13 minifábricas para o beneficiamento de frutas nativas, como o caju, umbu e cambuí, distribuídas nos quatro municípios de atuação, que serão gerenciadas pelos próprios agricultores. “O objetivo é que essas comunidades beneficiem e comercializem o que produzem, agregando valor e aumentando a renda familiar”, explicou Denison Monteiro.
Os ACRs são jovens oriundos e indicados pelas próprias comunidades rurais onde irão atuar. Selecionados de acordo com o perfil de multiplicadores e pela demonstração de bom relacionamento com os agricultores, os ACRs trabalham como difusores de informações e vão orientar o cultivo e a colheita das frutas nas comunidades, o processamento nas minifábricas e o encaminhamento para envasamento, rotulação e comercialização dos produtos.
Cajucultura no semiárido
De acordo com Garcia, o caju tem um grande potencial para desenvolver a economia no semiárido. “A colheita acontece durante o verão, período onde a mão de obra fica ociosa pela impossibilidade de plantar lavouras temporárias, como feijão e milho, por falta de chuva. Ao invés de ir para as capitais tentar a emprego, o agricultor e seus filhos podem permanecer no campo e trabalhar na colheita e beneficiamento do caju e da castanha, garantindo o sustento da família” defende o agrônomo.
A maior parte dos agricultores concentra a atividade na produção de castanha, que ainda é feita de maneira extrativista na região e desperdiça o pedúnculo, parte correspondente a polpa do caju, rica em vitaminas e minerais. Garcia explica ainda que, usando mudas enxertadas e técnicas adequadas de manejo, o produtor pode aumentar até quatro vezes sua produtividade, “produzindo bastante para abastecer as minifábricas, comercializar o caju completo in natura, com boa aceitação no mercado, e complementar a alimentação da família, já que a polpa do caju é uma excelente fonte nutricional”.
Fonte: EBDA