Itaguaí/RJ
Terça, 12 de janeiro de 2016 - 14h21min
Criação de cooperativa fortalece agricultura familiar em Itaguaí
Inauguração é fruto do trabalho coletivo dos produtores rurais com apoio do Programa Rio Rural.
A organização comunitária rural, um dos principais legados do Rio Rural, programa da secretaria estadual de Agricultura, rendeu novos frutos na região Centro-Sul fluminense. No dia 7 de janeiro, foi inaugurada a primeira cooperativa de agricultores familiares do município de Itaguaí, a Coopafit (Cooperativa de Agricultores Familiares de Itaguaí), que conta com 23 agricultores associados das microbacias Mazomba e Mazombinha.
De acordo com o presidente da Coopafit, Mário Grijó, a atuação do Rio Rural foi muito importante para a construção coletiva da cooperativa.
- O programa facilita a vida do agricultor por meio da orientação técnica e dos incentivos financeiros, além de estimular a promoção de melhorias no campo - relatou. Segundo ele, a ideia é ampliar o número de associados, sempre com o apoio da Emater-Rio, empresa executora do Rio Rural.
Patrícia Kajishima, supervisora local da Emater-Rio em Itaguaí, contou que a iniciativa partiu dos próprios agricultores durante o processo de assistência técnica rural. A articulação dos produtores resultou em importantes parcerias através das quais eles conseguiram estruturar a cooperativa.
- O foco é a cooperação, pois só assim pode dar certo. Esperamos que a ideia de parceria se fortaleça entre os agricultores a cada dia mais - ressaltou.
Parcerias
Entre os parceiros da cooperativa destacam-se a prefeitura, que viabilizou o prédio que vai servir de sede da Coopafit; e a Odebrecht, contratada da Marinha do Brasil na região na área de construção naval. Além de ceder todo o mobiliário para a sede da cooperativa, a construtora também firmou parceria por meio de seu programa Alimento Justo, que promove a aquisição dos alimentos da agricultura familiar para abastecer os refeitórios da empresa.
Para o contra-almirante Newton de Almeida Costa Neto, estabelecer parcerias é uma forma de garantir o desenvolvimento das comunidades rurais.
- A cooperativa não é um exemplo apenas local; é um exemplo para o país todo, porque são iniciativas como essa que ajudam o país a crescer. Ninguém faz nada sozinho - ressaltou.
Nelson Rodrigues, representante do programa Alimento Justo, acrescentou que o reconhecimento da agricultura familiar no desenvolvimento local é muito importante para a segurança alimentar da população.
- É um grande orgulho de fazer parte dessa iniciativa. É uma oportunidade de mostrar que a união de esforços entre os agricultores, o poder público local e a iniciativa privada resulta em benefícios para todos - comemorou. Ele ainda destacou que, em 2015, a agricultura familiar foi reconhecida como uma categoria profissional no país, demonstrando que a importância desse segmento vem se fortalecendo cada vez mais.
Distribuição de alimentos
Além do programa Alimento Justo, os associados da Coopafit também fornecerão alimentos para a merenda escolar de Itaguaí. Para o prefeito Weslei Pereira, os produtos da agricultura familiar agregam qualidade à alimentação da população e fortalecem a economia rural local.
- A inauguração da cooperativa é muito importante porque resgata a vocação agrícola de Itaguaí que, apesar de hoje ter um perfil mais industrial, já foi grande produtor de alimentos no estado - informou. Ele destacou ainda que a base para esse fortalecimento é a assistência técnica oferecida pela Emater-Rio.
Segundo o presidente da Coopafit, Mário Grijó, a orientação da Emater-Rio durante o processo de formalização da cooperativa foi essencial para que os associados soubessem da relevância da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que certifica a atividade agrícola familiar, além de ser uma exigência para realizar a venda para instituições públicas e privadas.
Para a olericultora Hercília Iwanaga, uma das associadas da cooperativa o escoamento dos produtos é a grande vantagem.
- Eu sempre vendi para camelôs ou nas feiras, que não são formas muito seguras de comercialização, mas com a DAP e a cooperativa, a demanda vai ser maior e com um destino certo - disse.
A cooperativa também fará um controle da qualidade e do padrão dos alimentos a serem adquiridos pelas instituições parceiras.
Fonte: Governo do Rio de Janeiro