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São Paulo/SP

Terça, 22 de abril de 2025 - 11h38min

Continua escalada no consumo de café solúvel no Brasil, diz Abics

Produto se apresenta como alternativa mais econômica e com qualidade diante da disparada dos preços aos consumidores; exportações também cresceram

De acordo com dados atualizados pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), a população do país consumiu 5,558 mil toneladas (o equivalente a 240.851 sacas de 60 kg) do produto no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento de 6,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2024.

Por tipo de produto consumido, observa-se um avanço de 44,9% no freeze dried (liofilizado), para 1,013 mil toneladas, e de 0,2% no spray dried (em pó), a 4,545 mil toneladas. O consumo de todos os tipos de café solúvel importado, por sua vez, apresentou um recuo de 18%, correspondendo a apenas 167 mil kg — já incluídos no compilado total de spray e freeze dried.

Segundo Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics, diante da disparada dos preços do café ao consumidor em todo o mundo, devido à redução da oferta global ocasionada por extremos climáticos e gargalos logísticos, o café solúvel se apresenta como alternativa mais econômica aos apreciadores da bebida.

Um estudo conduzido pela Abics, considerando o volume de 1 kg de café torrado e torrado e moído na comparação com 1 kg do solúvel, ambos divididos pela proporção de gramas que se utiliza para o preparo de 50 ml de cada tipo (quantidade de doses possíveis) e pelo preço médio do kg nos supermercados, aponta que o café solúvel é de 33% a 40% mais barato, com seu valor por dose sendo entre R$ 0,18 e R$ 0,29 mais em conta do que os R$ 0,30 a R$ 0,43 do produto tradicional.

Preços são referências médias e podem variar conforme a marca e o local de compra.

"Ao contrário dos cafés torrado em grão ou torrado e moído, o solúvel oferece um custo por xícara relativamente inferior aos consumidores, além de não exigir custos adicionais com filtros e outros utensílios para seu preparo. Em tempos de inflação impactando significativamente o bolso e a mesa dos brasileiros, essa é uma essencial economia, gerada por praticidade e melhor custo-benefício, a qual permite que nós sigamos com o consumo de café aquecido", analisa Lima.

O diretor da Abics anota que o produto também é alternativa que não compromete a qualidade para os consumidores. "O café solúvel permite que os brasileiros continuem a desfrutar seu café diário sem sacrificar o sabor e o orçamento, além de evitar que sejam tentados por outros industrializados que se passem por café", comenta.

Conforme ele, para garantir uma experiência satisfatória com o solúvel, é fundamental estar atento à procedência dos cafés, ao processo de fabricação e à validade. "Escolher marcas reconhecidas e com selos de qualidade é uma boa estratégia para ter certeza que o sabor e o aroma do café estarão preservados e que o prazer diário do consumo da nossa bebida favorita não será comprometido e não influenciará nosso orçamento", conclui.

EXPORTAÇÕES

Os embarques de café solúvel pelo Brasil destoam do restante da cadeia produtiva e crescem no acumulado do primeiro trimestre deste ano. De janeiro ao fim de março, foram remetidas 977.659 sacas do produto a 72 países, o que implica incremento de 7,9% frente ao volume registrado em idêntico intervalo de 2024.

"É válido recordar que esse resultado ainda não sofreu os impactos da confusão tarifária provocada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que, em 90 dias adotará taxação de 10% sobre o café importado do Brasil, percentual menor que o aplicado a alguns de nossos principais países concorrentes, como o Vietnã (46%). Esse é um cenário que pode se configurar em oportunidades para as indústrias brasileiras", projeta Lima.

Como efeito comparativo, as exportações dos demais tipos de café do Brasil — arábica, canéfora (conilon e robusta) e segmento de torrado e torrado e moído — totalizaram 9,729 milhões de sacas no primeiro trimestre de 2025, apresentando queda de 12,8% ante os 11,164 milhões embarcados entre janeiro e março do ano passado, conforme dados do Conselhos dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Em receita cambial, o café solúvel gerou US$ 282,4 milhões aos cofres do Brasil no primeiro trimestre deste ano. Esse montante representa substancial alta de 56,6% na comparação com os US$ 180,4 milhões aferidos em mesmo período de 2024.

PRINCIPAIS COMPRADORES

Entre os principais compradores de café solúvel do Brasil, os Estados Unidos lideraram o ranking, com a aquisição do equivalente a 153.320 sacas no primeiro trimestre de 2025. Fechando o top 5, apareceram Argentina, com 77.081 sacas; Rússia, com 64.822 sacas; México, com 51.767 sacas; e Chile, com 50.620 sacas.

DESCUBRA CAFÉ SOLÚVEL

Para auxiliar o consumidor a conhecer e explorar o universo do produto, a Abics lançou o site "Descubra Café Solúvel", com informações abrangentes ao público, formado por consumidores, baristas, cafeólogos e entusiastas, que tenha interesse em desvendar esse segmento.

Com o portal, a entidade objetiva democratizar o acesso à informação sobre o café solúvel, desmistificando suas características e mostrando sua versatilidade em diversas aplicações.

O site traz informações a respeito de perfis sensoriais e categorias de qualidade dos cafés solúveis disponíveis no mercado brasileiro, sendo possível descobrir tudo o que pode ser feito com o produto, não apenas seus perfis sensoriais ou aplicações, mas, também, suas formas de preparo e processamentos. É um ambiente para quem gosta de café descobrir, criar e curtir coisas novas com o solúvel.

 

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics)

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