Notícias

Brasília/DF

Quarta, 14 de maio de 2025 - 17h11min

Instituto CNA promove formação de agentes para o CNA Fiagro

Foto: Wenderson Araujo / CNA

O Instituto CNA promove, de 14 a 16 de maio, a formação de agentes orientadores para o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (CNA Fiagro), fundo exclusivo de microcrédito para produtores rurais atendidos pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O evento reúne, em Brasília, representantes de 24 federações de agricultura e pecuária estaduais e do Senar para discutir diversos temas relacionados ao programa de microcrédito.

Na abertura, a diretora executiva do Instituto CNA, Monika Bergamaschi, enfatizou a importância do treinamento para que os técnicos levem informação aos produtores rurais com foco no acesso facilitado ao crédito.

“O CNA Fiagro é uma possibilidade de a gente colocar esse recurso no momento que o produtor quer, com juros muito mais acessíveis. Para isso, precisamos do trabalho de vocês e de suas equipes, que sabem quem é esse produtor e qual a capacidade dele de usar bem esse recurso”, afirmou.

Monika ressaltou que, com a formação dos agentes, será possível alavancar o programa CNA Fiagro nos estados.

O coordenador de Empreendedorismo e Negócios do Instituto CNA, Christiano Nascif, afirmou que o programa é uma iniciativa “disruptiva” que tem potencial para se expandir para todo o país. Ele explicou que a ideia de criar o CNA Fiagro surgiu a partir da demanda dos produtores da ATeG que enfrentam dificuldades de acesso ao crédito.

Nascif ressaltou que o CNA Fiagro é voltado aos produtores rurais que já foram ou são atendidos pela ATeG do Senar, com no mínimo 12 meses de atendimento.

“Acreditamos na proposta e queremos ajudar o produtor rural, por isso criamos uma linha de crédito para facilitar a vida dele. É um crédito de produtor para produtor porque nós entendemos a realidade do campo.”

A programação do dia contou ainda com palestras do assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, sobre o plano agrícola e pecuário e os desafios para a safra 2025/2026.

Rios falou sobre a demanda de recursos do agro, que segundo ele gira em torno de R$ 1,2 trilhão por ano, e das dificuldades de acessar o crédito devido às altas taxas de juros e ao excesso de burocracia. De acordo com o técnico, o governo anunciou R$ 475 bilhões para o plano safra 2024/2025, mas apenas R$ 298,5 bilhões chegaram às mãos dos produtores rurais.

“Esse plano safra teve diversos normativos e regulamentos que acabaram atrapalhando o crédito, principalmente para os pequenos produtores que não tem uma equipe administrativa para resolver esses entraves e acabou não conseguindo o crédito. No começo do plano safra, por exemplo, a gente teve o crédito privado mais atraente do que o próprio recurso do plano safra”, comentou.

Guilherme Rios falou ainda das incertezas fiscais no Brasil, do cenário internacional com a alta do dólar e das dificuldades do produtor para acessar o seguro rural e o Proagro, além da inadimplência no campo que faz com que os bancos fiquem mais rigorosos nas análises de crédito. O técnico lembrou ainda das propostas do setor que a CNA entregou ao governo no final de abril para o plano agrícola e pecuário 2025/2026.

“Para 2025, provavelmente nós teremos o plano safra mais difícil dos últimos 15 ou 20 anos. E o produtor também vai ter que planejar bastante no momento de acessar o recurso, se conseguir acessar. Uma taxa elevada que ele acessar agora, ele pode carregar, por exemplo, pelos próximos 10 anos. Então, é um momento de se planejar também e ter cuidado com esse recurso que ele está acessando.”


Mercado de capitais

O consultor do Sistema CNA/Senar, José Ângelo Mazzillo, falou sobre mercado de capitais e destacou a importância do crédito privado para o agro. Ele explicou que o agro tem potencial para crescer nesse mercado.

“Hoje, o mercado de capitais no Brasil tem ativos de R$ 15,3 trilhões e o PIB nacional ano passado foi de R$ 12 trilhões. Precisamos de recursos no agro de R$ 1,2 trilhão por ano, mais ou menos 10% do PIB nacional. Desses, R$ 1 trilhão é capital de giro, dentro da porteira. Porém, o agronegócio tem estoque de R$ 540 bilhões no mercado de capitais, só 3,5%, e o PIB do setor representa 23% do nacional. Então, há muito espaço para o agronegócio crescer nesse mercado. Em uma conta simples, teria 20% a mais para crescer."

Mazzillo argumentou que para que isso aconteça, é necessário que o mercado de crédito seja eficiente. “O mercado de crédito eficiente é o que leva dinheiro de forma mais fácil, com mais informação ao produtor rural, de forma mais segura, de forma mais previsível e com competição entre os emprestadores. Então, o mercado de crédito eficiente faz com que o dinheiro chegue barato ao produtor rural, de forma fácil e pouco burocrática.”

Nos dias 15 e 16, os participantes vão receber mais informações sobre o programa CNA Fiagro, como indicadores, relatórios, contratos, ferramentas e materiais de apoio para multiplicar o conhecimento no campo.

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

+ Notícias
Eventos
CNA
DF
+ Notícias